22 abril, 2009

Eles merecem

Há uns anos, fui malhado em sala de aula por dizer que cada povo tem o governante que merece. Nem sei quem disse isso pela primeira vez; vai que é ditado popular em algum lugar, de tão antigo. Está claro que não se pode responsabilizar um bebê iraniano de poucos anos pelo enpossamento de Ahmadinejad, mas, creio, entende-se bem o que o aforisma quer dizer. Essa relação de responsabilidade pode por vezes ser bem complicada, como o crescendo de anti-semitismo europeu que deu a uma figura como Hitler taxas apreciáveis de popularidade.

Às vezes ela nada tem de complicada. Escrevo isso porque vi hoje mesmo evidência adicional para a minha declaração de há uns anos. Trata-se de exemplo único, um tijolo num muro que, porém, já vai alto. Vejam:
Hoy con alegría revolucionaria constatamos como se desarrollan en nuestra America Latina esfuerzos y cristalizan iniciativas tendientes a buscar la unidad, el progreso socio-económico y la integración Latinoamericana como: el Mercosur, ALBA, Petrocaribe, Telesur, Banco del Sur, satélite Simon Bolivar y otros proyectos de ayuda mutua, cooperación y solidaridad. América Latina despertó, está de pie y marchando por senderos libertarios y socialista después de décadas de sojuzgamiento y dominación imperialista. Las hermanas república de: Bolivia, Ecuador, Brazil, Uruguay, Cuba, Nicaragua. Paraguay y con reservas y dudas Chile, entre otros, así como algunos países del Caribe cuentan con gobiernos progresistas que han empezado el deslinde, distanciamiento e incluso ruptura respecto a las políticas neoliberales, adoptando políticas nacionalistas y populares de defensa y rescate de los recursos y riquezas naturales y de reafirmación de su soberanía, planteándose en nuestro caso particular por el comandante presidente Hugo Chávez como el denominado socialismo del siglo XXI, que comparte principios fundamentales con el socialismo clásico, en especial la idea de la supremacía del ser humano y de su trabajo sobre el capital.
O trecho acima foi escrito por um venezuelano que fez intercâmbio nos EUA junto comigo, em 2003. É meritório que tenha ao menos ido visitar a matriz do imperialismo opressor, mas é certo que não aprendeu nada. Se não me recordo mal, o sujeito não era de todo desagradável, apesar daquele entusiasmo meio bobo típico de latinos. Guardada a minha compaixão pelos venezuelanos da oposição, que obviamente não são poucos, apenas digo: eles merecem.