19 junho, 2009

Breakfast

Percebi essa semana que o simples termo breakfast desperta minha fome. Estava folheando a esmo um volume de estórias curtas do Fitzgerald e encontrei o seguinte parágrafo:
This is a story of the Washington family as Percy sketched it for John during breakfast.
A perspectiva de ouvir uma estória interessante em meio a croissants e panquecas já é bastante animadora. O café-da-manhã deve exercer uma atração especial sobre mim porque geralmente não sinto fome pela manhã. É bom que os pães de queijo, a geléia, as frutas, os sucos, o café e o leite, o bolo, as torradas etc., todos imaginários, permanecem intactos, adornando um sonho em forma de banquete potencial. Sempre que encontrá-los, poderei perguntar:
Hello Breakfast, may I buy you again, tomorrow?

11 junho, 2009

Conservadorismo & Capitalismo

O fato de esquerdistas notórios serem avessos ao sistema capitalista (algo cada vez menos comum nos dias de hoje) criou a ilusão de uma parceria estratégica entre direita e capitalismo, ou, pior ainda, entre conservadorismo e capitalismo. É certo que direitistas devem ser capitalistas, mas também é certo que devem ser muito mais que isso. O capitalismo é um elemento necessário mas não suficiente, como diriam os matemáticos: é necessário porque não há alternativa; e, longe de ser suficiente, pode funcionar até como elemento destrutivo. Alguns dos elementos conservadores por excelência são muito comumente alienados na grande cidade; a dissolução de valores tradicionais é com frequência representada pela impessoalidade da megalópole e do burocrata dinheirista. Chega a surpreender que a Igreja, e que os críticos conservadores em geral, sejam ao menos levemente anti-capital? Não. Se é verdade que o capitalismo cria distinções úteis, é necessário algo que lhe dê sustentação, ou seremos vítimas de uma hierarquia que muda sempre. Russell Kirk a esse respeito:
This network of personal relationships and local decencies was brushed aside by steam, coal, the spinning jenny, the cotton gin, speedy transportation, and the other items in that catalogue of progress which school-children memorize. The Industrial Revolution seems to have been a response of mankind to the challenge of a swelling population: "Capitalism gave the world what it needed," Ludwig von Mises writes sturdily in his Human Action, "a higher standard of living for a steadily increasing number of people." But it turned the world inside out. Personal loyalties gave way to financial relationships. The wealthy man ceased to be magistrate and patron; he ceased to be neighbor to the poor man; he became a mass-man, very often, with no purpose in life but aggrandizement. He ceased to be conservative because he did not understand conservative norms, which cannot be instilled by mere logic -- a man must be steeped in them. The poor man ceased to feel that he had a decent place in the community; he became a social atom, starved for most emotions except envy and ennui, severed from true family-life and reduced to mere household-life, his old landmarks buried, his old faiths dissipated. Industrialism was a harder knock to conservatism than the books of the French egalitarians.