08 julho, 2008

A Perversão Feminina

A mulher está sempre à procura de boas maneiras de esconder sua perversão. Isso faz sentido: a mulher tem todo o direito de ser pervertida, só não tem direito de deixar que os outros o percebam. É natural esperar que numa época de mau gosto generalizado os estratagemas mais comumente utilizados pelas mulheres também sejam de mau gosto.

Um dos mais batidos é o cinema. Nunca (OK, pelo menos não num futuro próximo) vai ser constrangedor dizer numa mesa de bar que tal ou qual filme de Woody Allen, Almodóvar ou Bertolucci é uma maravilha (por mais que o filme seja uma porcaria). Woddy Allen, reconhecendo a necessidade premente que a mulher tem de expressar sua perversão por canais socialmente aceitáveis, escreve roteiros em que a putaria rola solta e ainda posa de intelectual. Já perceberam que só mulheres e gays admiram Allen como escritor?

Por mais que os tempos se modernizem a mulher vai sempre resguardar uma distância de segurança em relação ao homem. A mulher só poderá declarar publicamente que aprecia filmes pornográficos quando o homem inventar algum divertimento ainda mais tosco. Isso parece injusto, mas imaginem a desgraça que adviria caso resolvessem mudar as regras: as únicas razões de ser da união heterossexual seriam anatômicas (elas sozinhas são determinantes, mas estão longe de ser as únicas).

Ontem vi uma atriz pornô sendo malhada no programa da Luciana Gimenez. Se até o programa da Luciana Gimenez ainda vê algo de censurável na pornografia (não que isso seja coerente com o conteúdo do resto do programa), o mundo não está perdido.